quinta-feira, 26 de novembro de 2009

FIM, THE END!


Hoje vou escrever sobre uma amiga muito querida que está diariamente comigo. Ela tem um amor sem explicação. Aliás, o amor não tem explicação nenhuma. Nada justifica amar alguém que não merece. Eu duvido um pouco se isso é amor?! Penso que é vício, teimosia até. Mas talvez esse seja o amor verdadeiro, não sei. Ela fixou os sentimentos nesse homem acreditando ser o “amor da sua vida” e passou anos focada nesse amor - que lhe traz alguns momentos de felicidade e muitos de tristeza e decepção. Nesses anos ela tentou muitas vezes terminar, porém as tentativas acabaram sempre em reconciliações. Numa delas a gravidez, o filho que já não estava mais esperando veio como um presente do céu - um filho lindo, transformando para sempre sua vida.  Hoje é a razão de sua vida. Esse fato atrasou o fim, fez com que prolongasse todo esse sentimento pelo pai, que sabendo disso, não a deixa livre para ser feliz. Esse homem não fica e não vai embora, recebe seus carinhos baseados em puro sentimento retribuindo pouco ou nada, deixando uma sensação de vazio enorme, um buraco na vida dela. Distanciou-se até de amizades por causa dele, as amigas ficam indignadas e acabam afastando-se para não ver, não presenciar suas desilusões diante das atitudes que ele tem. A forma passiva com que ela aceita esses momentos incomoda as amigas. Não me incluo nessa categoria, sei que esse é o momento que mais precisamos ser compreendidas.

Ela tem uma visão muito romântica do amor, porém a maternidade, algumas dificuldades e barreiras da vida estão mudando seus sentimentos. Está mais firme, mais forte, mais seca nas suas avaliações. Vejo que amadureceu, mas não quero que fique amarga e muito menos desiludida. Ela estava dando um tempo na vida, meio que em “standby”, com prazo para realizar alguns sonhos, disse que em três anos serão realidades. Porém, nesses encontros e desencontros da vida apareceu alguém que mexeu com ela. Sinto que agora ela vai seguir seu caminho, impulsionada por essa nova pessoa, que mesmo não sendo algo definitivo - não se pode prever - já cumpriu um papel importante: afastá-la definitivamente dessa amor errado. Desejo que ela se liberte disso e tenho visto que está a passos largos nessa direção, ainda bem! Se já não morreu; esse sentimento está bem próximo do fim!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

SONS INESQUECÍVEIS


A música tem um papel muito forte na minha vida. Adoro música, adoro cantar, tocar violão, ouvir, isso sempre fez parte de mim. Aprendi a tocar quando era criança e até hoje toco de ouvido, não sei notas.  Minha infância foi muito musical, na minha casa se ouvia, se tocava muita música. Aprendi isso e até hoje é assim. Minhas lembranças são acompanhadas de trilhas sonoras. Sons que marcaram fases, épocas importantes, momentos felizes e momentos tristes.

A música é uma forma de expressão que nenhuma ciência sabe precisar quando se desenvolveu, confunde-se com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana. Vejo a música como uma forma de comunicação universal que transcende o tempo, cultura e lugar. Em seus ritmos e acordes a música canta todos nossos sentimentos: a fome de amor, a tristeza da morte de alguma coisa, esperança, alegria, angústia. Porém, ela não tem o mesmo sentido para todos que a ouvem. Cada um usa a sua própria emotividade, sua imaginação, suas lembranças e suas raízes culturais para dar a ela um sentido que lhe pareça apropriado.

"Depois do silêncio, aquilo que mais aproximadamente exprime o inexprimível é a música." (Aldous Huxley)

"Alivia toda tua mágoa com o vinho e a música." (Horácio)

"Sem a música, a vida seria um erro." (Friedrich Nietzsche)

"A música é a revelação superior a toda sabedoria e filosofia." (Beethoven)

"Onde há música não pode haver maldade." (Miguel de Cervantes)

"O amor ensina música." (Erasmo de Rotterdam)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

PARE DE AMAR?? DESSE JEITO ERRADO!!


Tenho ouvido cada história de uma amiga em especial que preciso escrever sobre isso... Acabo me divertindo, e vendo que não existe mais respeito entre homens e mulheres. Quando se pensa que está tudo bem o cara simplemente some, não liga, as mensagens cessam... Enfim, evapora, sem dar explicação!! Pergunto-me: Mas como? Estava indo tão bem... Ele estava tão dedicado, com jantares, telefonemas todos os dias, mensagens carinhosas, beijos intermináveis, etc.

Fiquei pensando: O que acontece, afinal? Porque as pessoas se enganam assim? Será que a carência faz um ou outro sentir errado? Mas afinal, o que aconteceu, ou não aconteceu? O que pode ter faltado? Não posso negar, que isso já não tenha acontecido comigo... É natural. Mas não entendo o fato, minha amiga sendo iludida por ela mesma? Não só ela, não só eu... Mas,  milhares de pessoas sendo iludidas por si mesmas, por falsas esperanças. Para quê isso? Para ter algumas noites de amor? Vamos colocar tudo em pratos limpos!! Isso não tem lógica alguma... Afinal, não estamos falando de adolescentes, de gurizada, mas de homens e mulheres maduros, com idade acima de 40 anos. Acho que nessa fase da vida já terminou a azaração, aquela história de “ficar por ficar” com todos que aparecem na frente.
Nessa idade quando se conhece alguém, e bate o interesse, conforme vamos conhecendo melhor o outro, podemos ter uma idéia do que esperar, do que essa pessoa pode ou não ser na nossa vida... Então, se não é, se não pretendo encarar um relacionameto... Ele ou ela, porque se fazer de apaixonada (o)? Tá certo que não se pode prever quando um namoro vai ou não progredir, mas uma noção se tem... É preciso ter!!

O mais louco disso tudo é a maneira que as pessoas agem, não são capazes de falar, de comunicar nada!!  O outro, ali como expectador pasmado precisa adivinhar que parou por aqui!! The End, isso mesmo é o fim!! A falta de compromisso dispensa a falta de consideração!!! Consideração, palavrinha essa que muitos estão riscando de seus dicionários de bolso.

Consideração não pode faltar em nenhum relacionamento, seja ele amoroso, de amizade, familiar ou trabalho... Consideração deve ser algo latente em nossas vidas!! Vejo isso como maturidade, caráter. Aprende-se isso quando criança, fomos educados assim, pelo menos eu fui!! Ensinamos os filhos a agir assim, a respeitar os sentimentos dos outros, mas quando vejo isso acontecendo reiteradamente  parece tão fora de moda esse conceito.

Não sei se os homens agem assim, mas as mulheres ficam se perguntando onde erraram... O que fizeram para que ele não aparecesse mais, sentem-se culpadas, e inseguras. Isso acaba com a confiança de qualquer um!!

Acho tão bom a gente fazer escolhas e saber o que esperar das pessoas, ser sincero!! Tão melhor dizer o que quer, a que veio. Falar e deixar o outro escolher se quer entrar nessa ou não. Jogo limpo. Papo reto. Nada de amores imediatos e EU TE AMO sem nenhuma verdade. Muito ruim usar essa declaração de maneira falsa e mentirosa!! Pensa bem, porque usar?? Como conseguir falar um EU TE AMO, sem nem sequer sentir isso...?? Mas, é o que ando observando por aí. Situações que podem ser evitadas, completamente inúteis, que não acrescentam nada para nenhum dos envolvidos.

Finalizo com trechos do livro "Pare de amar errado" de Rejane de Freitas.

"Para que um relacionamento seja satisfatório é preciso que seja bom desde o início, com os valores e os desejos de cada um respeitados e as necessidades preenchidas. Logo no início, e ao longo do relacionamento, com bom senso, serenidade e firmeza, faça suas exigências, defina suas necessidades, diga o que quer, o que precisa, o que aceita."


"É ele que tem de amá-la mais. Pare de dar em cima de um homem quando perceber que ele não a quer, não quer vê-la, não está a fim, está sendo educado. Tenha senso de realidade, manque-se e siga adiante. Ainda não é esse seu homem."


"A mulher começa a perder um homem quando dá a ele a certeza do seu amor. Deixá-lo sempre na dúvida é uma das regras que a gente só aprende vivendo."

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

AVESSO

 

Agora tudo faz sentido.

Eu achei que era direito. Me enganaste era avesso.

Eu conheço essa conversa. Não acredito em nada disso.

As coisas são assim mesmo. Não quero mudar ninguém.

Já acomodei minhas inseguranças. Não vou acobertar as de ninguém.

Quero alguém que se conheça. Conheça os meus sentimentos.

De covarde eu quero distância. Procure alguém como tu.

Sei o que eu quero. E não é nada disso.

Procura um novo esconderijo. Não vou mais entrar.

Já desmanchei teu abrigo. Só que agora não vou te tirar.

Fica na tua solidão. Eu não me sinto só.

"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam." Antoine de Saint-Exupéry

“Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite." Clarice Lispector

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

OS GUMES DE UMA FACA II


O costume de nos proteger, muitas vezes, nos transforma em pessoas complicadas. As defesas que vamos utilizando para sobreviver se transformam em armaduras, que acabam tornando-se armas contra nós mesmos. Quando chega a hora de deixar os sentimentos fluírem, é necessário baixar a guarda, não se consegue. A gente pensa que controla isso, que na hora que quiser é só desvestir - como se fosse uma roupa - mas não é assim não. Esse mecanismo de defesa contra o sofrer, vai ficando mais aperfeiçoado conforme vamos ficando mais maduros. O medo de se apegar, de gostar de verdade vai tornando-se maior, pois estamos mais calejados. Dizem que quanto mais velhos ficamos mais exigentes nos tornamos. Mais exigentes porque o medo aumenta. A solidão fica sendo um abrigo e a gente entra no esconderijo. Medo de abrir o coração. Como saber se é hora de abrir o coração? Quando deixar alguém tornar-se importante? Como saber se é uma brincadeira? As dúvidas aparecem. Quantas vezes se perde pessoas que poderiam se tornar  importantes por causa disso. Por puro medo.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

OS GUMES DE UMA FACA


Durante muito tempo pensei que era importante entender as pessoas. As coisas que faziam, e o seu por quê. De uns tempos para cá comecei a ver que isso não pode ser feito sempre. Facilita a vida dos outros e complica a da gente.

Concluí que as pessoas, basicamente, dividem-se em dois tipos: as que agem e as que reagem.
Duas classificações com um monte de subdivisões, umas boas outras ruins.

Nessa compreensão dos outros aprendi que quanto mais entendemos algumas pessoas, menos somos compreendidas e terminamos reagindo as suas ações, nos tornamos pessoas reativas. Com essa atitude, na boa vontade de entender, não nos mostramos de verdade, e, quase nunca, recebemos reciprocidade. Fica sendo muito fácil a convivência, porém, criamos uma relação desigual, passamos a conviver com seres egoístas e arrogantes. Odeio isso! Entendem como se tivessem aval para tudo, uma certeza de serem aceitos em qualquer situação - o que não é a intenção, pelo menos a minha não é!

Então de nada adianta facilitar, porque não é assim que funciona! O certo é fazer com que nos entendam. Depois de uma longa temporada analisando chegou a hora de ser analisada. Agora quero é ser compreendida! Respirar fundo, quantas vezes for preciso, e seguir.



quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A VIDA É MESMO ASSIM II...


Conheci alguém muito legal, ele me disse uma coisa diferente. Falávamos sobre idade, comentei que a proximidade dos 50 anos estava me afetando, escrevi sobre isso ontem. Debatíamos esse assunto, quando ele com toda a sua tranqüilidade, disse: quando tiveres essa idade pensa que tens duas de 25, isso só vai te fazer bem, vais te sentir melhor!! Duas em uma só! Lembrei daquela brincadeirinha masculina idiota de dizer: quando minha mulher fizer 50 anos vou trocar por duas de 25.  Sempre achei de última dizer isso!! O comentário do meu amigo foi exatamente o oposto disso.  Mesmo assim, achei engraçado, tive que rir e achei simpática a colocação dele. Teve sutileza para mudar o sentido do assunto, tornando-o leve. Isso me faz pensar como é bom conversar com pessoas inteligentes, maduras e espirituosas. Seu arquétipo de vida é assim: início, meio e fim. Conversou sobre isso de um modo sereno e objetivo. Parece que nos conhecemos há muitos anos. Esqueço os ponteiros quando converso com ele! Que loucura. Já não durmo mais, mas a minha alma sim, está mais leve e feliz.
A conversa tem um ritmo gostoso, é séria, mas com um tempero de humor que me prende. Sabe quando ocorre uma sintonia na conversa?  Então...nossas conversas têm varado a noite, me levado a dormir bem mais tarde do que estou acostumada. Não, não estou me queixando. Ao contrário, tem sido um prazer conversar, conhecer alguém tão querido. O sono depois eu coloco em dia.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A VIDA É MESMO ASSIM...

Início, meio e fim! Isso resume a nossa existência.

Tenho refletido muito sobre isso. A certeza do fim nunca me apavorou tanto. Nem pensava nisso, e esse ano, isso está me infernizando! Não estou com nenhuma sentença de morte, nem doente, nada disso. Apenas, a certeza de ter vivido mais da metade da minha vida, está me deixando assim: perplexa. Tudo passa rápido demais, e na hora da avaliação, muitas coisas foram perdidas no decorrer dos anos, e sem chance de recuperação. Muitos dos meus sonhos não se tornaram realidade, não se concretizaram. Isso dá uma sensação horrível - de incompetência quase absoluta.

Sei que tudo que me proponho a fazer bem, eu faço! Como não fiz isso com a minha vida? Achei que era imortal, que a morte era um acontecimento que não iria me abater? Sim. Foi esse o pensamento, até que comecei a perder pessoas importantes, pessoas que fizeram parte da minha vida, que amei e continuo amando - mesmo que não estejam mais aqui.

Senti a dor da saudade irreversível que só a morte faz sentir. A certeza de não tocar, não abraçar, não falar, não ter essas pessoas comigo nunca mais. Ao mesmo tempo, contraditoriamente sei que nada, nem ninguém podem afastar as recordações, os momentos vividos e tudo que aprendi com elas. Sentimentos que são e serão perpétuos para mim.


Aí vem a contrapartida, isso é ser imortal? Como negar que sou o que sou graças a essas pessoas? Elas me educaram, criaram, cuidaram incessantemente de mim em todas as situações da minha vida. Deduzo que em mim elas continuam vivendo, então, são imortais sim! Bato palmas para a colunista Martha Medeiros que escreveu na sua coluna de domingo:
"Ao último ser humano a lembrar de nós, a ter saudade de nós, a recordar nosso jeito de caminhar, de resmungar, o último a guardar os casos que ouviu sobre nós e a reter nossa história particular. O último a pronunciar nosso nome, a nos fazer elogios ou a discordar de nossas ideias. O último a permitir que habitássemos sua recordação. Bendita seja essa criatura, que ainda nos manterá vivos para muito além da vida."