sexta-feira, 20 de julho de 2007

VIDA

Nós acreditamos que o controle da nossa vida encontra-se totalmente nas nossas mãos. Quando deparamos com a morte de alguém que amamos é que se vê o quanto a vida nos surpreende...ou melhor o quanto a morte nos surpreende!
O quanto estamos despreparados, e não acreditamos nela.
A única certeza que sem tem na vida é que vamos morrer, mas não acreditamos...até que acontece do nosso lado, na nossa casa, na nossa família!! E aí..é arrepiante e desesperador.
O chão desaparece, a dor toma conta e os sentidos navegam para o nada...para o irreal do imaginário inexistente, ou seja, não se pensa. Parece uma anestesia. Anestesia que ajuda, o torpor da negação é uma forma de defender o medo da perda, da loucura que pode advir. Mas o acordar é doloroso, porque a razão retorna e invade nossa mente e nosso coração e a realidade se torna muito opressora. É como acordar do pesadelo e notar que não era um sonho ruim!!
Talvez o pior momento seja esse, o face a face...o realismo cru e irremediável da morte.
O que dizer diante disso? O que fazer diante disso? Não tem o que dizer, porém tem o que fazer. Esperar, se cercar de amigos, da família, de pessoas que nos fazem bem..e buscar nelas e através delas preencher o vazio que se instala.
Só pode ser assim, através de companhias que prezamos e que confiamos...e nessa horas, os amigos são nossas muletas, para nos amparar, porque estamos com as pernas amputadas, com o coração partido e com o futuro indefinido.
A solidariedade é o que restitui a lucidez e permite a aceitação, a necessidade de voltar e ser novamente o que eramos antes...de retornar a vida!
Porque a gente volta com o tempo, é necessário, estamos aqui vivos e vamos continuar até talvez fazer uma pequena viagem para São Paulo.

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