sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NÃO CONSIGO ACREDITAR




Preciso confessar que tenho preconceito. Sei lá. Me sinto uma avó dizendo isso.  Não vejo com bons olhos esses casamentos de mulheres mais velhas, artistas globais com homens mais moços e quase sempre em situação social inferior. Me dá uma sensação tão ruim, parece que compram companhia. A gente vê com freqüência nas revistas e jornais os megacasamentos e pouco tempo depois as separações.

Alguém irá pensar: Separação ocorre em qualquer idade independente de classes social e cultural do par. Eu sei! Mas, não me causa a mesma impressão quando vejo isso em outras circunstâncias, talvez porque nas globais da velha guarda seja tão óbvio que não vai dar certo. Não quero ser a dona da verdade, mas não pode durar. A mulher é famosa, rica e coroa. O homem é moço, não vou dizer pobre, mas é longe de ser rico, desconhecido e geralmente com boa aparência.  União conveniente para os dois lados, mas na minha visão isso é deprimente.  Uma exposição desnecessária para uma mulher.  Será machismo da minha parte??  Aii ...Não vejo assim.  Apenas parece tudo muito exagerado, não convence esse amor eterno e  o tempo diz que é verdade, tudo ilusão.  Se elas ou eles lessem isso iam dar risada da minha cara, talvez com razão. Mas, é o que eu penso.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

LIBERDADE E CONTRADIÇÕES




Sabe aqueles dias que a gente acorda louca para fazer uma coisa diferente. Eu acordei assim hoje. Vontade de ”soltar as tranças”. Meu lado aventureiro está aflorando! Ando com a cabeça  em coisas práticas, coisas do cotidiano. Quando resolvo pensar sobre alguma coisa fico filosofando aqui no blog, como sempre!!

O blog é ótimo, porém eu me exponho aqui. Mostro minha forma de pensar, mesmo não escrevendo apenas situações que passei ou vivi. Muitas coisas eu apenas vejo acontecendo ao meu redor, mas me posiciono mesmo assim. Não teria sentido escrever sem mostrar minha opinião a respeito do assunto escolhido.

Para postar algum tema aqui, o assunto deve ter me tocado de alguma forma. Tem escritores que tem a capacidade nata de escrever exatamente o que eu sinto. Que inveja isso!! Então, coloco aqui, apenas porque adoro a sensibilidade deles. Faço o mesmo com a música.  Eventualmente, coloco a música que estou ouvindo, que gosto. Tudo que está aqui é sentimento, apenas.

Esses dias me questionaram sobre isso. Porque se expor assim? Não precisas fazer isso!! Sei que não preciso, que não sou escritora (desculpem os parcos leitores por isso... risos) e sei também que poucas pessoas leêm o que escrevo, ainda bem! Mas, a liberdade de expressão existe e não vou deixar ninguém cassar a minha.

Tenho pudor sim!! De expor o que penso e sinto, mas adoro escrever. Certamente porque não tenho nenhuma pretensão de mudar as pessoas, nem convencer, nem dar recado para ninguém. Por isso escrevo. Sem compromisso algum com o que os outros pensam.

É uma forma de liberdade.

Uma contradição também. Mas, somos cheios de contradições.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009




"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela." (Anais Nin)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

TUDO SUPER ÓBVIO




Como debatemos histórias de relacionamentos. Os nossos, os das amigas, o que lemos sobre o assunto. Enfim, falamos tanto, teorizamos muito mais e não sei para quê ficar divagando sobre a mesma coisa num processo sem fim. Eu já fiz várias vezes isso, sempre na tentativa de entender.

A verdade nua e crua é que: quando é para fluir, as coisas ocorrem naturalmente, sem indagações profundas, sem inseguranças. Quando existe algo mais, homem ou mulher não deixa o outro na dúvida. Nada fica obscuro.

Desculpas, sumiços, qualquer coisa que evite aprofundar um relacionamento é a legítima falta de vontade. Não existe outra razão. À medida que se observa essa conclusão fica evidente.

Essas conclusões facilitam a vida porque termina com a insegurança.

Sei que parece tão óbvio isso. Mas, vou falar.

Não existe gente que tem medo de apaixonar-se, a não ser que seja uma patologia. Então melhor que não se apaixone mesmo, é problema.

Não acredito em pessoas que tem “resistência” a envolver-se. Isso é uma desculpa que nós, mulheres, encontramos para “aceitar” o fato de um homem não ficar conosco - sim porque os homens não precisam dizer nada, nós “decidimos” que é isso, e ponto! Fica mais fácil interpretar assim, para não ver que ele simplesmente não quer. São defesas que se criam para não sentir o peso da rejeição.

Na realidade as pessoas afastam-se umas das outras por falta de um sentimento maior, o que não é ofensivo para lado algum. Apenas, não aconteceu! Houve a oportunidade, mas “não rolou”! Não tem explicação! E se tiver é desnecessária.

O fato é que importa.

"Nada mais patético e humilhante que o amor implorado.  Manter a auto-estima não é uma questão de orgulho, mas de sobrevivência mesmo."

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

AMORES ACABAM APENAS?




"O amor nunca morre de morte natural. Añais Nin estava certa.
Morre porque o matamos ou o deixamos morrer.
Morre envenenado pela angústia. Morre enforcado pelo abraço. Morre esfaqueado pelas costas. Morre eletrocutado pela sinceridade. Morre atropelado pela grosseria. Morre sufocado pela desavença.

Mortes patéticas, cruéis, sem obituário e missa de sétimo dia.
Mortes sem sangramento. Lavadas. Com os ossos e as lembranças deslocados.
O amor não morre de velhice, em paz com a cama e com a fortuna dos dedos.

Morre com um beijo dado sem ênfase. Um dia morno. Uma indiferença. Uma conversa surda. Morre porque queremos que morra. Decidimos que ele está morto. Facilitamos seu estremecimento.

O amor não poderia morrer, ele não tem fim. Nós que criamos a despedida por não suportar sua longevidade. Por invejar que ele seja maior do que a nossa vida..."
(Fabrício Carpinejar)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

REMOTO CONTROLE



Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar, cores de Frida Calo cores
Passeio pelo escuro eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca, uma cápsula protetora
Ah eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus

Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer à fome
Nos meninos que tem fome

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela
Pela janela
Quem é ela, quem é ela
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho meu modo
Me mostro
Eu canto
Para quem?

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto
Pela janela do carro...
(Adriana Calcanhoto)