terça-feira, 3 de novembro de 2009

A VIDA É MESMO ASSIM...

Início, meio e fim! Isso resume a nossa existência.

Tenho refletido muito sobre isso. A certeza do fim nunca me apavorou tanto. Nem pensava nisso, e esse ano, isso está me infernizando! Não estou com nenhuma sentença de morte, nem doente, nada disso. Apenas, a certeza de ter vivido mais da metade da minha vida, está me deixando assim: perplexa. Tudo passa rápido demais, e na hora da avaliação, muitas coisas foram perdidas no decorrer dos anos, e sem chance de recuperação. Muitos dos meus sonhos não se tornaram realidade, não se concretizaram. Isso dá uma sensação horrível - de incompetência quase absoluta.

Sei que tudo que me proponho a fazer bem, eu faço! Como não fiz isso com a minha vida? Achei que era imortal, que a morte era um acontecimento que não iria me abater? Sim. Foi esse o pensamento, até que comecei a perder pessoas importantes, pessoas que fizeram parte da minha vida, que amei e continuo amando - mesmo que não estejam mais aqui.

Senti a dor da saudade irreversível que só a morte faz sentir. A certeza de não tocar, não abraçar, não falar, não ter essas pessoas comigo nunca mais. Ao mesmo tempo, contraditoriamente sei que nada, nem ninguém podem afastar as recordações, os momentos vividos e tudo que aprendi com elas. Sentimentos que são e serão perpétuos para mim.


Aí vem a contrapartida, isso é ser imortal? Como negar que sou o que sou graças a essas pessoas? Elas me educaram, criaram, cuidaram incessantemente de mim em todas as situações da minha vida. Deduzo que em mim elas continuam vivendo, então, são imortais sim! Bato palmas para a colunista Martha Medeiros que escreveu na sua coluna de domingo:
"Ao último ser humano a lembrar de nós, a ter saudade de nós, a recordar nosso jeito de caminhar, de resmungar, o último a guardar os casos que ouviu sobre nós e a reter nossa história particular. O último a pronunciar nosso nome, a nos fazer elogios ou a discordar de nossas ideias. O último a permitir que habitássemos sua recordação. Bendita seja essa criatura, que ainda nos manterá vivos para muito além da vida."

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